Bolo de iogurte grego e Limão

Ingredientes

  • 4 Ovos
  • 250 Gramas de açúcar
  • 250 Gramas de Iogurte Grego (pode escolher com ou sem açúcar dependendo do gosto, eu usei Grego Ligeiro sem açúcar)
  • 1 Chávena de Óleo
  • 250 Gramas de Farinha com Fermento
  • 1 Colher de Chá de Fermento
  • Raspa de 1 Limão (usei verde pela cor que fica bem bonito)
  • Sumo de Meio Limão (usei amarelo pelo sabor)

Preparação

  • Primeiro bata as claras em castelo e reserve ( se preferir uma consistência mais sólida pode saltar este passo e bater os ovos por inteiro)
  • Num outro recipiente bata as gemas com o açúcar até adquirirem uma cor branca
  • Junte o iogurte, depois o óleo e por fim a farinha com o fermento, bata mais um pouco
  • Junte agora o suco e as rapas de limão e envolva tudo com as claras em castelo.
  • Vai ao forno por 40 minutos a 180/200º

Curiosidade:

Optamos por fazer metade da massa na forma de bolo e a outra metade em forma de cupcake.
Os cupcakes ficaram divinais, melhores que o bolo até mas infelizmente não houve tempo de tirar fotos depois de saírem do forno.

Ficam as fotos possíveis..

Galliano

 

Serei a única pessoa de mundo a sentir a falta de Galliano?

Sim eu sei dos escândalos, que parecendo que não, são importantes- Há também os tempos que são outros, mais sérios e que pedem roupa condizente com todo o activismo que também é importante. Mas lembro-me sempre de uma historia que li, uma rainha que quando ia visitar o povo pedia à sua camareira as  melhores jóias porque aimais sim era necessário impressionar… Os tempos não deveriam clivar as modas digo eu.

Na verdade não é apenas do trabalho de Galliano que sinto falta, é do trabalho e de Galliano em si. Da liberdade de ser, de criar, da explosão de vida e exuberância que também é mensagem, talvez não activista é certo, mas não por isso menos importante, porque é mensagem de vida, de desejo e de criação. De afirmação de um espaço para ser que é por si só uma bolha de existência com direito de extravasar todas as contingências sem por isso diminuir nada nem ninguém. Apenas um sopro de existência que impregna o tempo, o mundo e o transforma. E a transformação pode, e nisto remeto-me a Hegel, que falava de momentos de transformação e síntese para a evolução da história, a transformação pode ser bela, melódica e suave. Um ideia de que insidiosamente se vai inspirando nos ares que passam até ser uma realidade. De seres que podem ser, de egos mais exuberantes que  redomas, de sonhos que podem ser ditos e criados. Da ostentação desta vontade do belo da qual ninguém se deveria envergonhar. Da glorificação da liberdade enquanto forma suprema de amor ao próximo.

Hoje sinto-me assim, com saudades do maravilhoso Galliano. Este continua a sua obra agora na Maison Margiela mas não é a mesma coisa. Se calhar não é só do Galliano que sinto falta, é de outros tempos….

 

 

Inspiração Fim de Ano * Rafaella Carrá

Rafaela Carrá é uma artista de quem pouco se ouve falar hoje mas que lá pelos anos 70 e 80 tinha um lugar cativo nas televisões e rádio de todo o mundo. De origem italiana esta cantora/ actriz/ apresentadora de televisão teve um impacto decisivo na moda e mentalidade da sua época.  Com um estilo que nunca esteve tão actual como agora e uma beleza real e inocente desafiou padrões estéticos e moralidades estabelecidas num pop disco chiclete que amamos. À procura de inspiração para o ano novo a Rafaella Carrá abre a porta para o melhor do estilo Milão (perfeito para o inverno) e oferece um repositório de moda alta roda e estilo disco diva que podemos usar sem medos mas com uma certa moderação e cuidado para com os corações mais fraquinhos…

Vejam se a reconhecem em mais alguém que amamos ❤

 

 

Jonathan Mannion

Cá estamos nós outra vez a entrar naquela parte desconfortável do inverno e com muita pouca inspiração para o ano novo, exceptuando o inevitável vermelho e glitter das festas.

A precisar de um boost de energia viramo-nos para o narcisismo do hip hop, alegria e espirito combativo para fazer frente a este ultimo mês antes dos saldos onde, esperamos nós, seremos surpreendidos com alguns coupe de coeur para fazer a transição para a primavera.

Foi nesta mood de antecipação de ressaca de natal que  encontramos Jonathan Mannion e o nosso coração voltou a bater.

Jonahan Mannion que em 1993 começou uma notória carreira como assistente do fotografo Richard Avedon não perdeu a oportunidade de ir para além da técnica e aprendeu também a sensibilidade de se ligar ao próprio eu das personalidades que captura durante a sua carreira de já 25 anos. É isso e o facto de se ter dedicado a capturar os grandes momentos da cultura do hip hop que dotam o seu trabalho de uma honestidade comercial que não perde arte nem beleza. E claro num repositório histórico extremamente interessante porque exatamente não se desvia de todo o brilho e mensagem de quem captura.

Ao observar alguns momentos fotográficos deste movimento por vezes somos guiados pela objetiva para uma certa nostalgia que simplesmente também está presente no trabalho de Jonathan Millon, mas as imagens são atuais e intemporais, não inferem mais do que a pessoa que está alí e ao mesmo tempo contêm todo um mundo de significações para além do que está retratado.

É, lá está, inspirador.

 

 

For the brave

A influência western já é incontornável nas passarelas há pelo menos duas estações e nós nunca deixamos de ser obcecados por ela.

Podemos encontra-la em todos os quadrantes da moda e em todas as versões possíveis. Desde a reinterpretação do all american denim feita pelo hip hop, que podemos ver em alguns clips de musica actuais e é uma inspiração muito interessante para quem gosta do estilo, a uma versão mais puritana e romântica, como encontramos recentemente em Dsquared2 e Dior que nos remetem para a classe mais alta do oeste americano com brocados e folhos sombrios num tom muito noir,.

Podemos ve-la também em novas criações mais streetwear que estão a tomar de assalto as lojas e prometem ficar e que são mais simples e usáveis num espírito muito jovem e livre.

Lemos algures que esta tendência é um resultado da situação politica americana agora com Trump no poder e do espírito de optimismo que timidamente vai mostrando o seu ar de graça na economia mundial (que tem sempre um microfone em sinal aberto nos EUA para apanharmos a pulsação do estado das coisas…). Os EUA apanham a onda e vendem (muito bem) tudo o que têm de melhor, aproveitando para fazer crescer a economia e a coesão do país.

Para nós, lá está, isso não é lá muito relevante,  o denim é sempre um bom investimento seja qual for a altura e quanto mais vintage melhor. Para além de o denim ser built to last, volta e meia lá estamos nós a reinterpretar alguma outra forma deste estilo. Aqui no domingo de manhã somos fãs do estilo sim e sem complexos! Então quando se fala no estilo western dos anos 70 e 80 não podemos mesmo negar que crescemos a ver o Dallas e a Dinastia e o nosso sonho sempre foi ter aquele cabelo armado e usar jumpsuits de seda (Avé Joan Collins)…

Por falar nisso… A oportunidade perfeita é a colecção de Brandon Maxwell Spring 2019 que consegue de alguma forma deixar o cunho desta tendência cowboy impregnar o conceito americana, popularizado por Tommy Hilfinger por exemplo, e apresentar-nos tudo numa imagem anos 70, feminina, usável e bela para compra e consumo imediatos.

Partilhamos esta nossa mais recente inspiração, e já agora porque gostamos, alguns vídeos de que nos fazem apaixonar por este estilo.

Herb Ritts

Os anos 90 não foram só loiros falsos, batons escuros e gargantilhas foleiras. Para quem não os viveu ao máximo, resta dizer que os 90 foram desejo.  Foram top models vertiginosas, foram o poder do agora, dos sons chiclete e dos corpos esculpidos, da ressaca de wall street e do triunfo do poder de compra da burgoise. Nos 90…. Toda a gente cheirava a Aqua di Gio…

No meio desta loucura houve quem se desse ao trabalho de registar o momento. O nome é Herb Ritts, nasceu em L.A. e na verdade a sua carreira começou um pouco antes nos anos 80 onde começou por fotografar nomes como Richard Gere, Brooke Shields e Olivia Newton-John com uma simplicidade sexy e bem estruturada que apetece ver e absorver a beleza e força de cada fotografia em cada detalhe.  Após os sucessos iniciais foi construindo renome no mundo da moda e fez várias covers para revistas, vídeos de música  para a Madonna, Janet Jackson, Jay Lo, and so on (lembram-se daquele video mítico do Chris Isaak “Wicked Game“? Foi ele!). O estilo era sempre muito B&W ou pouca cor, uma melancolia hipnótica,  linhas fortes e definidas, uma certa depuração que capta a atenção e como os americanos dizem “light the sparkle“.

O percurso de Herb Ritts foi meteórico que decorreu apenas nas décadas de 80 e 90,   faleceu muito precocemente em 2002, aos 50 anos de idade, devido a complicações relacionadas com o vírus da imunodeficiência adquirida, deixando uma Fundação que continua ainda hoje a apoiar a investigação nesta área e a fotografia e arte em geral e a organizar o seu legado artístico.

Deixamos aqui algumas fotografias com uma sensação de insatisfação de que estamos a escolher pessimamente porque todas elas (ora confiram) são perfeitas.

É melhor quem nos lê descobrir por si mesmo.

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You’re trying to get to one moment with one frame that eventually may speak for your generation.

Herb Ritts, 1999

Picks of the Week

Já podemos usar os casacos de meia estação e sinceramente não há altura mais criativa que esta para conjugar e exercer o direito da criatividade! É o que vale para ultrapassar com segurança a depré de final de verão e marchar triunfalmente rumo a mais um inverno de excessos alimentares e pele mais delicada.

Esta semana os top picks andaram um pouco em volta do back to school (que continua a preencher o nosso imaginário com uma série de tendências geniais e que como é obvio, vamos roubar às meninas do secundário, too bad…).

Gravitamos também em torno da Johanna Ortiz por quem nutrimos uma crush sem precedentes e mergulhamos de cabeça nos brocados, padrões, texturas  e tecidos vários que voltam a poder ser usados à medida que arrefece e quem somos nós para não aproveitar?

O outono fica-nos bem O:)

Henri Cartier-Bresson (1908/ 2004)

Há uma depressividade em Bresson que evoca todo o ambiente da época conturbada em que viveu.

Como se a fome e o medo estivessem sempre presentes sem no entanto roubarem a cena. Há um abandono, uma vazio que não permite grandes egos apesar de nas suas fotografias se poderem encontrar nomes que não só marcaram a história como provavelmente influenciarão toda a humanidade para sempre.

Vejamos… Ghandi, Che Guevara, Salvador Dalí, Marilyn Monroe, Amália Rodrigues and so on.

Tudo de uma forma contida, num passo tímido. Qualquer outra forma seria de uma grande falta de gosto tendo em conta que o fascismo reinava em quase toda a Europa com as grandes guerras a acontecer, a chegada de Hitler ao poder, o franquismo e a guerra civil em Espanha, a ascensão comunista na Rússia e uma depressão económica que dilacera e revela as grandes clivagens sociais que doem mais nestas alturas e são o motor de mudança que parece ter apaixonado Henri Cartier-Bresson.

Bresson parece mais à vontade com as pessoas comuns, com os grandes desconhecidos do que com as grandes personalidades influentes da época que fotografou. As suas fotos são como uma impressão digital dos seus afectos, umas vezes desconfortável com uma estranheza e friezas palpáveis, outras vezes tristes e desvitalizadas mas muitas vezes calorosas, cúmplices e esperançosas. Predomina a praticabilidade e funcionalidade que caracterizaram os anos 30 e 40, uma crueza pura no registo que nos permite entrever a realidade, o que é muitas vezes difícil quando se tratam de registos fotográficos. Atrevemo-nos a especular se não será um fotografo hegueliano…

Captou o século passado como ninguém e o seu trabalho, para além de uma virtuoso exercício de estética é um repositório histórico de um valor incalculável. Que podemos dizer mais? Amamos mas já vamos tarde porque toda a gente já amou primeiro. É incontornável.

Pode saber mais sobre o fotógrafo Aqui